domingo, 28 de agosto de 2011


Uso de analgésicos pode interferir na fertilidade dos filhos

Novas evidências científicas sugerem que o uso de analgésicos leves, tais como a aspirina, paracetamol e ibuprofeno, pode ser a causa para o aumento de distúrbios reprodutivos do sexo masculino, nas últimas décadas.

Uma pesquisa - Intrauterine exposure to mild analgesics is a risk factor for development of male reproductive disorders in human and rat, by David M. Kristensen - publicada na revista Human Reproduction revela que mulheres que tomaram uma combinação de mais de um analgésico durante a gravidez, ou que tomaram o medicamento, durante o segundo trimestre de gestação, tiveram um risco maior de dar à luz a filhos com testículos que não desceram, doença que conhecemos como criptorquidismo, uma condição que é conhecida por ser um fator de risco para a baixa qualidade seminal e para o câncer de células germinativas testiculares na vida adulta.

Para realizar o estudo pesquisadores da Dinamarca, Finlândia e França acompanharam dois grupos de mulheres na Dinamarca e na Finlândia. Ao nascer, os meninos foram examinados em busca de todos os sinais de criptorquidia, que vão desde uma forma leve da doença, na qual o testículo está localizado no alto do escroto, a uma forma mais grave, em que o testículo é tão alto no abdômen, que não é palpável. A prevalência de criptorquidia foi menor na Finlândia (2,4%) em comparação com a Dinamarca (9,3%).

A pesquisa revelou que mulheres que utilizaram mais de um analgésico simultaneamente (por exemplo, paracetamol e ibuprofeno) tiveram um risco sete vezes maior de dar à luz a meninos com algum tipo de criptorquidismo, em comparação com mulheres que não tomaram nenhum medicamento durante a gestação. Isto se dá porque os analgésicos interrompem a produção dos andrógenos, levando a um abastecimento insuficiente do hormônio masculino, testosterona, durante um período crucial da gestação, quando os órgãos masculinos estão se formando.

O segundo trimestre é momento mais sensível da gestação. Qualquer uso de analgésicos, neste momento da gravidez, mais do que dobrou o risco de criptorquidia. Do uso individual de analgésicos, o ibuprofeno e a aspirina, aumentaram, aproximadamente em quatro vezes, o risco de criptorquidia. O paracetamol apresentou uma duplicação do risco. E o uso simultâneo de mais de um analgésico, durante o segundo trimestre da gestação, aumentou o risco em 16 vezes.

Segundo Henrik Leffers, cientista do Rigshospitalet, em Copenhague (Dinamarca), que liderou a pesquisa, "se a exposição aos desreguladores endócrinos é o mecanismo por trás dos problemas crescentes de saúde reprodutiva entre os jovens no mundo ocidental, esta pesquisa sugere que atenção especial deve ser dada ao uso de analgésicos durante a gravidez, pois este pode ser um dos principais motivos para os problemas que enfrentamos, hoje", destaca.

Os autores da pesquisa destacam um aumento significativo na incidência de criptorquidia congênita nas últimas décadas, notadamente na Dinamarca, onde os casos aumentaram de 1,8% em 1959-1961, para 8,5% em 1997-2001.

Embora seja necessária cautela sobre um eventual excesso ou exagero no uso de analgésicos leves, eles são a maior fonte de exposição das gestantes a desreguladores endócrinos. A utilização destes compostos pode afetar, em larga escala, a população mundial.
fonte:http://www.renatokalil.com.br

domingo, 7 de agosto de 2011

Infertilidade


Antigamente, acreditávamos que os problemas para engravidar estavam exclusivamente relacionados com a mulher. Na verdade, em apenas um terço dos casais com dificuldade para conseguir uma gravidez, a dificuldade é exclusiva da mulher. Outro terço se deve a um problema exclusivo do homem e, em mais ou menos 40% dos casos, a uma pequena associação de dificuldades dos dois parceiros para obter a gravidez.

Em suma, de todos os casais que tentam a gravidez, mais ou menos 10% vão precisar de algum tipo de ajuda para levar adiante o processo. Em um terço desses 10%, as causas seriam femininas; no outro terço, masculinas e, no terço restante, seriam atribuídas à associação de dois componentes do casal.

Diante de uma dificuldade para engravidar, é sempre fundamental que se faça uma avaliação conjunta do casal e nunca partir do princípio que o problema é só masculino ou só feminino. Por questão de praticidade, o primeiro passo é pedir um espermograma para o homem, um exame que consiste na coleta de esperma por masturbação, em laboratório. Em 99% dos casos, esse exame permite definir se a causa é exclusivamente masculina.

Simultaneamente à realização do espermograma, partimos para o levantamento da história clínica da mulher. É preciso saber se ela ovula e menstrua regularmente (o fato de menstruar regularmente fala a favor de um processo de ovulação normal) e se alguma coisa sugere que tenha tido uma infecção na pelve que possa ter comprometido as trompas. Além disso, fortes cólicas menstruais podem ser sinal de endometriose, uma doença que é causa importante para a dificuldade para engravidar.

A história clínica norteia o início da investigação, que continua com exames laboratoriais e de imagem para confirmar se a paciente tem mesmo ovulação, se suas trompas são permeáveis, ou se tem algum problema no colo do útero ou dentro da cavidade uterina que impede ou dificulta a concepção. Com base nesses dados, traçamos desde a continuidade do procedimento de investigação até o tipo de tratamento necessário para o casal levar adiante o projeto da gravidez.
Fonte:
http://www.renatokalil.com.br

Medicamentos na gestação - parte 2

Em alguns casos, a medicação se torna imprescindível porque a gestante apresenta algum distúrbio que pode trazer complicações importantes para a gravidez ou mesmo que possa colocar sua vida em perigo. Nestes casos, a falta de tratamento compromete mais a gestação do que o uso do remédio em si.

Conheça estas exceções:

Hipertensão - se não for controlada, a elevação da pressão arterial da mãe ocasiona retardo no crescimento intra-uterino, parto prematuro e nascimento de bebês de baixo peso. Estudos comprovaram a segurança de algumas drogas anti-hipertensivas como certos betabloqueadores;

Diabetes - taxas altas de açúcar no sangue da gestante podem levar a malformações e à morte fetal. O tratamento é feito com dieta hipocalórica (orientada por uma nutricionista especializada e exercícios físicos orientados por um personal especializado em gestantes) e, muitas vezes, com o emprego da insulina;

Epilesia - embora as drogas para controle do distúrbio não sejam totalmente isentas de riscos, é preciso avaliar bem a relação custo/benefício. Crises convulsivas freqüentes podem comprometer a oxigenação do bebê, por isso os remédios são mantidos;

Depressão - se a gestante tiver depressão leve, uma psicoterapia é suficiente para ajudá-la a recuperar o equilíbrio emocional. Mas em casos moderados e graves, talvez não seja o bastante. Quando o risco de suicídio é grande, o antidepressivo precisa ser administrado. Mulheres com depressão crônica são mais vulneráveis à depressão pós-parto, por isso, a medicação não é interrompida;

Doenças infecciosas - a mais comum é a infecção urinária, que se não for bem tratada com antibióticos, pode acarretar em parto prematuro. Existem antibióticos seguros para uso na gravidez, prescritos quando o distúrbio é diagnosticado por exames;

Corrimentos vaginais - a queda na imunidade que ocorre nos nove meses torna as gestantes mais predispostas a inflamações genitais. A falta de tratamento pode levar ao parto prematuro. Alguns cremes são permitidos para uso na gravidez;

Distúrbios da tireóide - o hipotireoidismo é um quadro bastante comum e requer tratamento porque a falta do hormônio da tireóide na gestação está relacionada a uma certa diminuição do QI do bebê, trazendo como conseqüências dificuldades de aprendizado na idade escolar. O excesso de hormônio (hipertireoidismo) também traz prejuízos e precisa ser tratado, pois eleva o índice de abortos no primeiro trimestre.

Como lidar com outras situações?
Enjôos - fracione as refeições para não ficar muitas horas em jejum. Prefira alimentos gelados e evite comida gordurosa. Se não resolver, os ginecologistas, às vezes, prescrevem dimenidrinato isolado ou associado à vitamina B6 ou metoclopramida. Outra opção é a acupuntura, que dá bons resultados em casos de náuseas e vômitos e é permitida desde o começo da gestação;

Resfriados - dores e febres são controladas com paracetamol, mediante prescrição médica. Os descongestionantes nasais estão proibidos, pois podem estreitar os vasos da placenta e comprometer o fluxo de sangue para o bebê. É melhor pingar nas narinas soro fisiológico ou fazer inalação só com o soro. Nada de drogas contra tosse, especialmente as que contêm codeína e formulações à base de guaco. Prefira mel com limão;
Fonte:
http://www.renatokalil.com.br